3 mandamentos para um bom Gestor de Formação

Gestor de formação: não segue sozinho, mas com mandamentos, sob alçada obrigatória do sistema de certificação de entidades formadoras da DGERT. Não basta querer, é preciso fazer e quando se trata do fator humano, temos que ser o exemplo, a disciplina, o rigor e a ética. Obedecer a um quadro de regras que pressupõem uma boa eficiência na eficácia. É este o ponto de partida que o gestor de formação deve iniciar na sua jornada. Não segue sozinho, mas com mandamentos, sob alçada obrigatória do sistema de certificação de entidades formadoras da DGERT, que no seu quadro obriga a presença de pelo menos de um gestor de formação.

Este vai ser o nosso objetivo: dar a conhecer os mandamentos que precisa para se tornar num bom gestor de formação com segurança e confiança.

Antes de avançarmos nesta matéria, importa situar que a posição das entidades formadoras quanto às suas funções e funcionamento está contemplada na Portaria n.º 851/2010, de 6 de outubro. Esta portaria obriga as entidades formadoras certificadas a assegurar a existência de bons recursos humanos suficientes e com competências adequadas para implementar e concretizar todas as atividades formativas.

Agora sim, podemos avançar no primeiro mandamento que vai precisar de estudar e aplicar.

1º Mandamento – Invista no Estudo Superior e na Experiência Profissional   

A lei obriga a um estudo superior, especialmente na área das ciências sociais e humanas. Porquê? porque abre portas para entender o sistema educacional e as suas necessidades. Mas, não é tudo. Uma graduação proporciona uma ampla gama de conhecimentos a alto nível sobre uma grande variedade de assuntos, práticas e técnicas. Os seus passos a nível profissional deverão ser, também eles, relevantes para a função que deseja desempenhar. Não faz o menor sentido ter trabalhado numa área completamente díspar daquilo que deseja alcançar, no que respeita à formação.

Por norma, algumas entidades ainda esperam de si uma experiência profissional de 3 anos em funções de gestão e organização da formação. Mas, não desanime. Se não lhe deram oportunidade para desempenhar tais funções, invista o seu tempo numa formação na área da gestão e organização da formação. São 150 horas no mínimo e só por aqui, começará a estar em sintonia, obedecendo ao primeiro mandamento.

2º Mandamento – Cumpra com rigor e disciplina as suas funções

Este segundo mandamento é extremamente importante, diferenciando o seu trabalho na qualidade, rigor e desempenho, dando espaço para progredir, evitando erros que podem pôr em causa tudo o que diz respeito a sua imagem e da entidade que representa.

Para o ajudar, vamos lhe fornecer os passos que deve seguir para que o seu trabalho seja disciplinado, evitando perdas de tempo, erros ou falhas.

Mas antes de tudo, importa que perceba que uma entidade formadora tem como afetos os seguintes recursos humanos.

• Gestor de Formação;
• Coordenador Pedagógico;
• Formadores;
• Outros agentes, como mediadores ou tutores;
• Colaborador assegura atendimento público;

Atribuição dos nomes e funções podem ser diferentes de entidade para entidade, ou seja, um gestor de formação pode ser, também, um coordenador. E um gestor de formação poderá assegurar o atendimento ao público. Isto no que diz respeito à formação presencial. Na formação à distância, é obrigatório que tenha Formação ou Experiência Profissional mínima de 1 ano na organização e gestão de plataformas de formação à distância.

Agora sim, podemos debruçarmos-mos sobre os passos deste 2º mandamento.

1. Planeamento
2. Execução
3. Acompanhamento
4. Controlo
5. Avaliação do plano de atividades
6. Relacionamento com outras entidades

Planeamento

Este primeiro passo, exige de si uma certa pro-atividade, dinâmica e confiança, e acima de tudo, conhecimentos técnicos que o ajudarão a fazer um bom levantamento de necessidades de formação. Essa tarefa implica quase sempre o contacto com o exterior, sejam empresas ou pessoas singulares. Depois de saber, quais as necessidades de formação, há que elaborar uma proposta de um plano de intervenção formativa, que cumpra a sua função, que é de assegurar que as necessidades sejam atendidas e que o resultado seja o esperado, por ambas as partes. Assim, logo que a proposta faça sentido, vai então começar a planificar toda a atividade formativa, que implica também, elaborar dossiers de candidatura a fundos públicos.

Execução

Um função mais trabalhosa, mas extremamente importante, porque é a que vai permitir a concretização de toda a formação em si. Aqui, terá que elaborar ou preparar referenciais de formação, realizar ou orientar o recrutamento e seleção dos formadores e formandos. Assegurar todas as condições físicas para a realização da formação, seja suporte técnico e logístico.

Nos suportes didáticos, mesmo que não sejam elaborados por si, deverá acompanhar o mesmo, sugerindo alterações aos formadores, sempre que achar pertinente. Para que não se perca neste caminho, terá sempre uma ferramenta de orientação obrigatória a assegurar que é o Dossier Técnico-pedagógico e Financeiro.  O próprio nome parece assustar, mas é muito fácil de se elaborar e acompanhar.

Acompanhamento

Já está habituado ao ritmo de acompanhar as ações de formação, portanto trata-se de ir seguindo o mesmo, quanto aos objetivos, conteúdos ou orientações que forem necessárias, assegurando, também, todo o enquadramento e orientação técnica e/ou pedagógica dos recursos humanos afetos à formação. Tenha em conta que os requisitos do cliente são importantes, portanto, reveja e assegure todos eles, gerindo os meios físicos indispensáveis ao rigor do processo de formação.

Avaliação

Por fim, cabe a si, fazer uma avaliação dos efeitos da formação, onde necessitará de criar e aplicar instrumentos de avaliação que abranjam a avaliação do desempenho do público-alvo, formadores e por fim, todo o seu trabalho até ao final da formação. Depois, deverá reportar à gestão de topo este desempenho contemplado.

Relacionamento com outras entidades

Mantenha com rigor e disciplina uma interface de comunicação com clientes e potenciais clientes no que concerne aos produtos de formação profissional fornecidos. Sem eles, o seu trabalho deixa de fazer sentido, e não permite uma progressão enquanto gestor de formação, perdendo oportunidade de mostrar a sua empresa e tudo o que esta pode oferecer aos clientes ou potenciais clientes. Lembre-se que é deles que depende a continuidade da sua função, e sobretudo da sua empresa.

3º Mandamento – Respeito pela ética profissional

Chegamos ao 3º mandamento. Este obriga-o a respeitar no seu trabalho diário, a legislação e as regras inerentes à formação profissional. Fazer-se respeitar, implica que respeite, também, todos os intervenientes envolvidos no processo, assumindo as suas responsabilidades e reconhecendo os seus próprios erros. Erros esses, que deverão ser trabalhados, no sentido de serem corrigidos para que não voltem a ocorrer. Só assim, preservará o bom nome da entidade que representa, transmitindo a confiança e a segurança necessária para assegurar os seus clientes ou potenciais clientes.

Zele pela qualidade técnica e científica exigida na formação profissional, nomeadamente os métodos e técnicas pedagógicas utilizadas, que devem corresponder àquilo que efetivamente o seu público-alvo espera ou precisa. Conhecendo e aprofundando as suas qualidades técnicas e científicas, vai certamente estar mais apto para cooperar com mais afinco em todas as ações ou atividades que lhe proponham e avaliar com maior qualidade e credibilidade o desempenho de todos os intervenientes implicados no processo formativo.

 

Já dispõe de todos os ensinamentos necessários para começar desde já a tornar-se num bom gestor de formação.

Caso necessite de aprofundar conhecimentos ou competências sobre este tema, não hesite em contactar-nos. Obrigada!

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