O que é isso de “mindfulness”? Para que serve e quem o inventou? Respondemos a estas perguntas para que não passe metade da vida distraído.
Podemos considerar o mindfulness como a capacidade de estar presente, e que esta capacidade “é o estar consciente do que se passa à nossa volta, das emoções, do nosso corpo”.
A arte em questão — se assim a pudermos chamar — é simples na sua definição, mas difícil na prática. Afinal, quantas vezes conseguimos efetivamente desligar dos nossos pensamentos e concentrarmo-nos no que está ao nosso redor? É como o hábito recorrente de conduzir em piloto automático, sem dar conta do caminho, ou andar nos transportes públicos sem nos apercebermos das pessoas com quem nos cruzamos. E porque é tão importante fazer o inverso? Porque“toda a nossa vida acontece agora, no presente”.
“Se a minha cabeça está no passado ou no futuro, estou a perder a vida”, diz o autor Vasco Gaspar, fazendo lembrar uma das mais icónicas citações de Albus Dumbledore, personagem da saga Harry Potter, quando este diz para o jovem feiticeiro: “Não vale a pena mergulhar nos sonhos e esquecermo-nos de viver.” A ideia não é de todo descabida. Sobretudo, se considerarmos que muitas vezes a ansiedade advém do facto de se pensar continuamente no futuro. A tentativa de solucionar problemas que não são imediatos cria ansiedade tal como as expectativas por cumprir.
O mindfulness é, então, um treino mental que ensina as pessoas a lidarem com os seus pensamentos e emoções. Ajuda uma pessoa a distinguir o pensamento útil daquele inútil que, em determinadas circunstâncias, chega a ser prejudicial.
Como surgiu o mindfulness?
“A maioria do que conhecemos atualmente como mindfulness tem a sua origem no budismo”. Embora a técnica seja milenar, a sua introdução recente na sociedade ocidental deve-se em particular a uma pessoa: Jon Kabat-Zinn, Doutorado em Biologia Molecular pelo MIT, foi num retiro que percebeu que a meditação poderia ser usada sem qualquer componente religiosa.
Como pode ser praticado?
O mindfulness pode ser praticado de duas formas, formal ou informalmente. A primeira diz respeito à meditação, ainda que não seja preciso cruzar as pernas ou pôr as mãos ao nível do peito. Na verdade, não tem que ver necessariamente com o estar focado, basta fazer o esforço da atenção plena, deixando os pensamentos fluir durante alguns minutos e em silêncio.
Já a prática informal acontece quando a pessoa experimenta trazer para o quotidiano o que aprendeu na meditação — e a aplicação não podia ser mais simples. Um exemplo: quando, ao guiar, prestar atenção ao caminho e não fizer as coisas em piloto automático ou, então, quando usar a atenção naquilo que o poderá acalmar, em vez de se juntar aos que se zangam em pleno trânsito.
Quais os seus benefícios?
“Muita gente vive as piores coisas da vida sem as viver. É uma questão cultural. Acho que o ser humano perdeu a capacidade de descansar”, explicava Gonçalo Pereira, mencionando ainda as mais-valias daquilo que pratica há vários anos e que tem por hábito (e profissão) passar aos outros: “O mindfulness é aprender a parar. Este é o primeiro benefício, o qual permite que ganhemos capacidades cognitivas.”
Por esses e outros motivos, a sua prática pode ser um contributo eficaz contra o stress da vida laboral. E caso não se recorde, o stress pode não viciar, mas deixa as pessoas doentes física e psicologicamente, correndo o risco de, no fim a linha, ficarem deprimidas e terem ataques de pânico. Existe ainda a possibilidade de entrarem em situações de burn out (esgotamento), o que remete para a exaustão no trabalho.
Sabendo a importância desta prática, principalmente nos dias de hoje, a ZONAVERDE criou o webinar Mindfulness & Comunicação Positiva, com a formadora Mafalda Moreira, de modo a que compreenda melhor esta filosofia, permitindo uma relação mais saudável com o que está a acontecer nas nossas vidas.
Neste webinar serão abordados os fundamentos de mindfulness e de comunicação positiva, como também técnicas para desenvolver habilidades de atenção plena.
Fonte: Observador
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