A Euromonitor Internacional lançou, esta semana, as principais tendências de consumo que vão estar em voga em 2017. Consulte aqui as novidades.
«Os consumidores de hoje são mais exigentes do que nunca, quer ao nível de produtos, serviços ou marcas. O consumidor de 2017 é mais difícil de caraterizar, não apenas pela sua identidade multidimensional mas pela sua propensão de se definir a si próprio e às suas necessidades. Eles querem comprar mais rápido e com mais segurança. Querem autenticidade em tudo o que compram e esperam elementos personalizados nessas compras.», explica a consultora e autora do artigo, Daphne Kasriel-Alexander.
No relatório “The Top 10 Consumer Trends for 2017” foram identificadas algumas tendências como a mudança dos hábitos nas crianças e nos seniores, a personalização de artigos, a relevância do contacto pós-venda e o bem-estar como símbolo de status. Conheça as previsões da Euromonitor:
Envelhecimento: uma narrativa em mudança
Quase 1/4 da população do planeta tem mais de 50 anos. Estes consumidores estão a transformar a ideia que tínhamos até então da população sénior, no que diz respeito às suas necessidades de consumo. Inspirados pela longevidade, estes são consumidores entusiastas de uma longa lista de produtos para a saúde e beleza, além de que estão muito recetivos aos novos desenvolvimentos tecnológicos.
Crianças: consumidores em estágio
Cada vez mais a opinião das crianças sobre decisões de compra é ouvida, sem ser considerado um incómodo, sobre aspetos como: onde jantar, que carro comprar, que roupa usar, etc. Hoje em dia, os jovens ficam em casa dos pais até aos 20-30 anos, o que permite que estes não influenciem apenas o consumo familiar, mas sejam consumidores em estágio. 82% dos latino-americanos que responderam a este inquérito revelaram que as crianças entre os 3 e 11 anos têm um controlo considerável nas decisões de compra. Além disso, a vida online expõe as crianças a oportunidades de compra e ao contacto com marcas, que determinam o início de uma relação em evolução do próprio consumo.
Interesse por produtos extraordinários
Os produtos produzidos em massa já não tão atrativos como outrora. A Internet permite aos clientes comprar produtos e serviços únicos, personalizados e exóticos. Surgem nesta tendências, os “consumidores extraordinários”, que se inserem em categorias de consumidores “atípicos”, em termos de altura, peso, segurança, habilidade física ou tolerância alimentar. Esta tipologia tem vindo a encontrar mais opções de compra baseadas em novas soluções adotadas pelas marcas para satisfazerem as suas necessidades.
Compras mais rápidas e em tempo real
Este ano os consumidores vão estar mais impacientes. O mundo digital leva-os a ser mais impulsivos e a desejar serviços o mais rápido possível, assim como um diálogo em tempo real com as marcas. Efetuar pedidos com antecedência já não é suficiente e as marcas estão a responder com uma série de modelos de negócio acelerados. Exemplo disso é a retalhista americana Amazon estar a trabalhar num modelo que permite entrega de encomendas em casa dos clientes em cerca de trinta minutos, recorrendo à utilização de drones.
O fascínio com a autenticidade
A autenticidade será um dos valores mais destacados pelo consumidor neste novo ano. As marcas procuram, cada vez mais, ser reais e oferecer informação local, alimentos biológicos, entre outros aspetos onde a autenticidade é realçada. A cultura visual na Era da comunicação digital é onde acontecem as principais discussões sobre a autenticidade. As redes sociais e a cultura da selfie têm vindo a afetar a insegurança acerca da aparência de muitos dos seus utilizadores. Com milhões de imagens partilhadas pelos consumidores através de dispositivos móveis nas redes sociais, várias marcas já estão a identificar os seus consumidores em fotografias e a integrá-los na sua própria estratégia de divulgação, para fazer parecer os seus produtos mais autênticos e relacionais.
Identidade em movimento
A tensão entre o global e o local tem sido destacada pela crise dos migrantes, o que tem questionado a identidade nacional. A diversidade não é apenas uma ideia teórica, isto é, as marcas estão a ser forçadas a repensar sobre os seus públicos nos diferentes países e, de que forma é que os seus consumidores interagem entre si. Esta natureza variável é, talvez, enfatizada pelo foco na identidade online e na fuga de informações, que se pode transformar numa ameaça para a reputação online das marcas. Ao mesmo tempo são muitos os consumidores que aspiram ser globais. Na tão afamada aldeia global, as marcas universais ainda são percebidas pelos consumidores como uma oportunidade para se tornarem cidadãos do mundo.
Personalização e experiências de luxo
Este ano vai existir numa tendência no seio dos consumidores que lhes permite aceitar que um produto fabricado industrialmente possa ser personalizado. Com uma capacidade quase infinita de recolha de informações sobre os clientes, as expetativas dos consumidores são, hoje, mais altas, pois exigem que as marcas satisfaçam, ou mesmo prevejam, as suas necessidades. Por sua vez, as marcas também pretendem fortalecer a sua relação com os clientes, através das emoções que possam despertar com a personalização dos seus produtos.
A importância do contacto pós-compra
Os consumidores depositam cada vez mais a sua atenção na experiência pós-compra, considerando-a parte integrante do produto ou serviço adquirido. A forma e o tom com que são tratados influencia a sua experiência enquanto clientes. Portanto, o espírito de foco que a marca tem nos pedidos de informação ou nas reclamações pós-venda vai influenciar o grau de utilização e recomendação da marca numa próxima compra. Com o objetivo de satisfazer e reter clientes, vamos assistir a um elevado número de serviços que vão incorporar algum tipo de assistência pós-venda.
O foco na segurança e privacidade
Num mundo em constante mudança, os consumidores estão mais ansiosos do que nunca em permanecer seguros. O seu foco passa a estar na sua segurança e, os bens e serviços que os ajudem a sentir essa segurança vão ser mais atrativos. Além disso há, também, uma apetência para proteger as suas casas com mais tecnologia. Ainda que exista alguma ambiguidade sobre o potencial da inteligência artificial, esta é vista pelos consumidores como uma aposta na segurança e como um maior controlo sobre a mesma.
Bem-estar como símbolo de status social
O desejo de permanecer saudável é universal. Este modo de vida está a converter-se num símbolo de status, na medida em que os consumidores optam, cada vez mais, pela prática desportiva, pelo uso de wearables desportivos (como roupas e gadgets) e pela ingestão de alimentos com propriedades saudáveis. Os consumidores estão conscientes de que os seus hábitos alimentares influenciam diretamente a sua qualidade de vida. Esta realidade tem vindo a promover a procura de atributos em suplementos, produtos de beleza e até mesmo alimentos mais saudáveis para os animais de estimação. Com isto, vários chefs, profissionais de fitness e algumas marcas estão a concentrar os seus esforços na criação de produtos com adição de propriedade saudáveis, incluído vegetais exóticos, vitaminas e fibras.
Fonte: Euromonitor International[:]